♪ Erguida no show O real resiste (2020), baseado no álbum homônimo de Arnaldo Antunes e estreado em apresentação online durante o isolamento social imposto pela pandemia de covid-19, a ponte do artista paulistano com o pianista pernambucano Vitor Araújo – prodígio no toque do instrumento – se estendeu para o álbum Lágrimas no mar (2021), gravado em estúdio.
A edição desse disco gerou turnê com a qual o duo percorreu o Brasil entre 2022 e 2023 com apresentações feitas de forma já presencial. Captado em Salvador (BA), o show dá origem ao segundo disco de Arnaldo Antunes com Vitor Araújo. O álbum Lágrimas no mar ao vivo emerge na próxima sexta-feira, 12 de abril, com 17 faixas.
Arnaldo Antunes contextualiza o disco ao vivo: “É uma alegria imensa lançar o registro ao vivo desse show que teve que atravessar longa pandemia para poder se realizar presencialmente. Já prevíamos que as emoções impressas no álbum Lágrimas no mar se acentuariam quando pudéssemos encontrar o público. Precisávamos ter esse álbum ao vivo para mostrar a sintonia estética tão rara desse encontro, na integridade do intuito original, que aconteceria ao vivo, mas que, pelas circunstâncias, acabou sendo precedido por nosso álbum de estúdio”, ressalta Arnaldo.
No entender de Vitor Araújo, a apresentação ao vivo do concerto Lágrimas no mar é desenvolvimento do disco de estúdio. “É como se no show explodissem de fato todas as direções que no disco estão em potência, mas não explícitas. Eu gosto muito da versão ao vivo porque ela explora desde ‘o menos é mais’ até ‘o mais é mais’. O álbum vai do grão de informações mínimas recheadas de silêncio até o excesso desmedido de notas e de ruídos”, ressalta o pianista.
Tal como no álbum de estúdio, cantor e pianista extrapolam o cancioneiro autoral de Arnaldo Antunes no disco Lágrimas no mar ao vivo. Além de Fim de festa (Itamar Assumpção, 2004), há a reedição do duo de Arnaldo com Marcia Xavier em Como 2 e 2 (Caetano Veloso, 1971).