♪ ANÁLISE – Na noite de 31 de maio de 2023, Alcione será ovacionada no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A Marrom – como é carinhosamente chamada a cantora maranhense, atualmente com 75 anos – é a grande homenageada da 30ª edição do Prêmio da Música Brasileira em cerimônia que terá as presenças e números musicais de grandes nomes como Criolo, Emicida, Tim Bernardes, Zé Ibarra e, claro, Maria Bethânia, amiga de Alcione.
E não é só. No Carnaval de 2024, Alcione receberá outra homenagem da dimensão do talento aplaudido por todo o Brasil desde 1975, ano da edição do primeiro álbum da cantora, A voz do samba. A vida e a obra de Alcione são o enredo escolhido pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira para o desfile da agremiação no Carnaval do próximo ano.
Anunciado em 13 de março, o enredo será oficializado em 28 de abril, dia do 95º aniversário da Mangueira, tradicional escola de samba do Carnaval carioca que abraçou Alcione – e foi abraçada pela cantora – na medida em que a artista foi fortalecendo os laços com o Rio de Janeiro (RJ), cidade para a qual migrou em 1968.
As homenagens são justas porque Alcione – mais do que uma voz do samba ou das canções românticas – já simboliza uma entidade da música brasileira que transcende rótulos, épocas e estilos. E o mais legal é que as flores estão sendo entregues a Alcione em vida.
São poucos os artistas que testemunham honrarias ao próprio nome. O mais comum é as homenagens começarem a ser prestadas quando os artistas já saíram de cena, como aconteceu com Belchior (1946 – 2017) – reverenciado fervorosamente após a morte, mas praticamente esquecido no período em que se exilou entre o Uruguai e o sul do Brasil – e como já está acontecendo com Gal Costa (1945 – 2022).