No atual período em que vivemos, os adventos tecnológicos influíram de forma extrema e dramática nas manifestações artísticas. A íntima, intrínseca e dependente relação entre a música e a tecnologia, por exemplo, tem sufocado as fontes culturais criativas, deixando o terreno árido e improdutivo.
De forma geral, as produções estão seguindo um ritmo industrial, no pior estilo linha de montagem, fabricando e propagando obras mais artificiais que alimento enlatado. Uma alteração profunda na consistência do produto música tem acometido o mercado fonográfico e convencionando o medíocre como meta artística.
Estabilizar a música em palafitas podres é dar espaço para que o lodo e o mofo artístico encontre livre caminho para se proliferar e enfestar a TV, rádio, festivais, mídia e afins. A máquina ferina do show business apenas cede aos interesses do dinheiro e tentam dourar a pílula pútrida com rostos e corpos esculturais, dando a entender que o conteúdo é relevante, benigno e virtuoso. Mas não é!
O afoito pode afirmar que há gente fazendo um trabalho muito bacana, com o fator artístico como bandeira principal. Claro que há, sem sombra de dúvida. No entanto, a ação de peneirar para tirar as cracas musicais do caminho se mostra um trabalho hercúleo e demorado, então, chegar em joias musicais pode levar um certo tempo.
Sem citar nomes e apontar dedos – pelo menos hoje – o intuito do texto fora apenas uma forma de colocar para fora um pouco da indignação que surge quando nos deparamos com pseudos artistas e bandas. Como diz o AC/DC: “It’s A Long Way To The Top (If You Wanna Rock ‘n’ Roll)”.