♪ Integrante do sexteto Matuto Moderno, o violeiro paulistano Ricardo Vignini faz jus ao nome do grupo fundado em 1999 em São Paulo.
“Ricardo Vignini é um violeiro diferenciado. Da raiz à antena, o cara vai em todas. De Tião Carreiro a Jimi Hendrix, nada escapa a esse endiabrado operário das dez cordas”, ressalta Juca Filho ao escrever sobre o artista para apresentar Raiz, vindouro álbum solo que Vignini lança em 29 de outubro, em edição digital e em CD.
Como o título Raiz já explicita, o violeiro e compositor finca o disco instrumental em tradicionais gêneros musicais do universo caipira. Majoritariamente autoral, o repertório de Raiz é composto por cateretês, chamamés, cururus e pagodes de viola.
Com os toques dos músicos Antônio Porto (baixo e violão), Fábio Tagliaferri (viola de arco), Ney Couteiro (violão) e .Rafael Schimidt (violão), além das dez cordas canhotas da própria viola, Vignini apresenta quatro músicas inéditas compostas durante a pandemia – Chá de gengibre (esta em parceria com Rafael Schimidt), Estrada velha, Rastapé e Virei jacaré – entre regravações de temas próprios e alheios.
Da própria lavra, o violeiro recicla Dr. Cateretê, De butuca e Moedão (parceria com Juca Filho). Em searas alheias, Vignini colhe Batuque no ranchão (Zé Mulato e Tião do Carro), Desse mato sai coelho (tema de Marcelo Berzotti, colega do músico no Matuto Moderno, grupo que lançou a composição em 2002), Paixão de Carreiro (Olivaldo), o pagode de viola Tinha Carreiro (de autoria do guitarrista goiano Olemir Cândido) e Último Adeus (José Fortuna e Fernandes, 1955).
Clássico do universo caipira, Último adeus foi apresentado em disco há 66 anos por Zé Carreiro & Carreirinho, dupla sertaneja que esteve em atividade de 1947 a 1970, cantando música atualmente qualificada como de raiz. A raiz ora desencavada pelo violeiro Ricardo Vignini, matuto moderno.