♪ Dando sequência à série de dez singles em que revisita mais uma vez o próprio repertório, com o intuito de agrupá-los em álbum previsto para 2022, Hyldon rebobina a fraterna canção Velho camarada (Augusto César, 1979) em gravação lançada nesta sexta-feira, 22 de outubro.
Sucesso nacional em 1979, a música Velho camarada conecta novamente Hyldon a Tim Maia (1942 – 1998). Cantor de temperamento notoriamente difícil e de pavio curto, Tim Maia trocou de gravadora com rapidez a partir da segunda metade dos anos 1970.
Quando esteve na EMI-Odeon, em 1979, Tim lançou álbum de repertório autoral, Reencontro, que alcançou pouca visibilidade, sem emplacar um grande hit. Contudo, o cantor frequentou as paradas brasileiras com dois singles colaborativos em que gravou músicas de outros compositores ao lado de dois cantores amigos.
O primeiro, Até parece que foi sonho, apresentou dueto de Tim com Fábio – o cantor e compositor paraguaio nascido Juan Senon Rolón e popularizado no Brasil dez anos antes com a música Stella (Fábio e Paulo Imperial, 1969) – em gravação feita para single editado dentro da discografia de Fábio, coautor da canção feita em parceria com Paulo Sérgio Valle e com compositor creditado somente como Diogo.
A rigor, Tim era o convidado de Fábio no single Até parece que foi sonho. Como a canção se tornou hit nacional, a diretoria da gravadora EMI-Odeon logo pensou em outra gravação colaborativa dos dois cantores.
Só que, para evitar repetir a fórmula do dueto, convocou Hyldon – então já solto no mercado fonográfico após desentendimento com a gravadora CBS – para formar trio com Fábio e Tim Maia no registro de Velho camarada.
Hyldon entrava na gravação quando o single reproduzia parte de Na rua, na chuva, na fazenda (Hyldon), canção que impulsionou a carreira solo de Hyldon ao ser lançada em single no fim de 1973, abrindo caminho para o álbum editado em 1975.
A estratégia da Odeon deu certo. Tanto que a música Velho camarada repetiu o sucesso de Até parece que foi sonho e nunca mais saiu da memória afetiva de quem acompanhava as trajetórias então convergentes de Fábio, Tim Maia e Hyldon em reencontro (ainda) produtivo.