Colette Maze diz que começou a tocar piano quando tinha quatro anos para encontrar na música o calor que não existiu em sua rígida criação.
Agora, aos 106 anos, sua forma de tocar ainda exala grande ternura e, sentada ao piano - um dos quatro em seu apartamento em Paris - seus ágeis dedos parecem mal tocar as teclas, enquanto ela oscila entre sons de Schumann, Debussy e Chopin.
"É meu alimento, meu alimento para a alma e para o coração", disse Maze, uma mulher pequena e vívida, à Reuters.
Nascida em 1914 em uma família de classe média, foi educada em casa pela rígida mãe, enquanto o pai administrava uma fábrica de fertilizantes.
Ela estudou na École Normale de Musique, em Paris, um conservatório no 16º distrito, antes de entrar em uma longa carreira como acompanhante em escolas de música na capital.
Maze credita ioga e ginástica para os dedos para manter sua agilidade. Se ela parasse de tocar, precisaria alimentar sua imaginação de outra maneira. "Mas eu preciso de algo que possa tocar. Você precisa sentir o gosto do doce, e meus dedos precisam sentir as notas, sentir isso", disse, enquanto seus pés buscavam os pedais e ela começava a tocar mais uma vez.
Maze acabou de gravar seu sexto álbum - uma gravação em três volumes de trabalhos de Debussy, marcada para ser lançada em abril. Ano passado, ela gravou peças de Debussy e outro grande compositor francês, Erik Satie.