Pesquisadores simularam o comportamento de gotículas contaminadas em diversos ambientes e viram que há dois principais modos de dispersão aérea
"Não corra em lugares fechados” poderia ser uma dica para prevenir a infecção por coronavírus, segundo um novo estudo conduzido por pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências. Usando simulações computacionais, os cientistas previram com precisão o fluxo de ar e os padrões de dispersão de gotículas em situações onde a Covid-19 pode se espalhar.
O artigo, publicado no último dia 15 de dezembro revista Physics of Fluids, mostra a importância da forma do espaço no comportamento das gotículas carregadas de vírus que se movem pelo ar.
Os indivíduos infectados dispersam as gotículas de maneira diferente. Neste estudo, as simulações foram usadas para determinar os padrões de fluxo atrás de uma pessoa que anda em espaços de diferentes formatos. Os resultados revelam um maior risco de transmissão para crianças em situações específicas, como estar atrás de pessoas que se movam rapidamente ou corram em um corredor longo e estreito.
A investigação também revela a existência de dois tipos de dispersão. Um deles é a nuvem de gotículas se desprende da pessoa em movimento e segue atrás dela, criando uma bolha flutuante de gotículas carregadas de vírus. O outro é a nuvem presa às costas do infectado, arrastando-se como uma cauda.
“Os padrões de fluxo que encontramos estão fortemente relacionados à forma do corpo humano”, disse o autor Xiaolei Yang, em nota. Além disso, a forma do espaço ao redor da pessoa em movimento é crítica para esse cálculo.
O perigo é particularmente grande para as crianças, pois em ambos os modos, a nuvem de gotículas paira a uma distância acima do solo que é cerca de metade da altura da pessoa infectada -— no mesmo nível da boca dos pequenos.