♪ Cantor e compositor de toadas popularizadas no universo musical do bumba-meu-boi, o maranhense Humberto Barbosa Mendes (2 de novembro de 1939 – 19 de janeiro de 2015) – conhecido como Humberto de Maracanã e como Guriatã – saiu de cena há cinco anos.
Lançado neste mês de agosto de 2020, o álbum Aldeia Tupinambá – Uma homenagem ao bumba meu boi de Maracanã presta tributo póstumo ao artista por iniciativa de dois filhos do cantador, Ribinha de Maracanã e Humberto Filho.
Os filhos se uniram ao conterrâneo Zeca Baleiro e ao percussionista Luiz Claudio Farias, produtores musicais de Aldeia Tupinambá, para viabilizar a edição do disco, inicialmente idealizado para festejar em 2019 os 80 anos de nascimento do homenageado.
Baleiro também reforça o time de solistas vocais do álbum, cantando Herdeiros de Guriatã, tema composto pelo próprio Baleiro para saudar a memória do artista, criador do Bumba-meu-boi de Maracanã, um dos mais tradicionais grupos do estado do Maranhão.
A maranhense Alcione – que já gravara toada de Maracanã, Maranhão, meu tesouro, meu torrão, no álbum Ouro & cobre (1988) – é a intérprete de Pássaro branco. Chico César regravou o tema Sereia linda de Cumã.
As onze toadas das 10 faixas do álbum Aldeia Tupinambá foram gravadas no segundo semestre de 2019, a maior parte delas no estúdio Zabumba Records, em São Luís (MA). Alê Muniz, César Nascimento e Fauzi Beydoun também estão no elenco do disco.
Das 11 músicas do álbum Aldeia Tupinambá, seis são de autoria de Humberto Maracanã e as outras cinco são composições inéditas, feitas em homenagem ao cantador. São os casos de Meu Guriatã (Roberto Ricci), Herdeiros do Guriatã (o já citado tema de Zeca Baleiro), O filme do Guriatã (Luiz Claudio), Guriatã, a estrela que não se apaga (Henrique Menezes) e Batalhão de Ouro (Ribão D'Oludo).
Ribinha de Maracanã abre o disco Aldeia Tumbinambá, dando voz ao medley que agrega A coroa ainda existe e No reinado está a coroa. Algumas toadas foram registradas em disco com arranjos que conciliam contemporaneidade e tradição.
A contemporaneidade é evocada pelo uso de samplers, sintetizadores, efeitos e programações eletrônicas nas faixas cantadas por Alcione, Alê Muniz e Zeca Baleiro. Já a tradição está representada pela manutenção nos arranjos do pandeirão de couro – instrumento associado às origens do bumba-meu-boi do qual Humberto de Maracanã foi voz imortal.